"Fate/Stay Night" é uma série de TV formada por 24 episódios, exibida durante esse primeiro semestre de 2006, no Japão. A produção é baseada na franquia de jogos hentai (eróticos) da empresa TYPE-MOON. A versão animada foi produzida pelo Studio Deen, responsável também por animes como Read or Die e Aishiteruze Baby.
Jogos hentai freqüentemente são matéria prima para ótimos animes. Temos como exemplos o fantástico "Air" e o interessante "Shingetsutan Tsukihime", sendo este último também baseado num jogo da TYPE-MOON. Com "Fate/Stay Night" não foi diferente. É possível notar a alta qualidade da produção em termos de animação e roteiro. No entanto, infelizmente o potencial que o game oferece não foi devidamente aproveitado pela versão animada, pois esta não apresenta um enredo tão completo e nem tenta se aprofundar nas particularidades de cada personagem. Contudo, eu não culparia a equipe de produção. O verdadeiro culpado é um velho conhecido de todos, o dinheiro. Se dependesse dos produtores, Fate teria uma quantidade maior de episódios, mas para infelicidade geral da nação, o orçamento das animações japonesas nem sempre é o ideal. Por conta disso a equipe teve que tentar resumir a estória em somente 24 episódios, sendo obrigada a sacrificar muitas informações e fazer algumas substituições. Mas nem por isso a série possui uma trama ruim. Na verdade, o roteiro de Stay Night é, certamente, um dos mais interessantes da primeira leva de animes exibidas esse ano. O grande problema é que, certamente, teria potencial para ir muito além. Isso resulta num certo despontamento.
Depois de tanta falação, vocês devem estar curiosos para conhecer a estória da série, então aqui vai uma pequena sinopse: de tempos em tempos acontece uma guerra chamada Seihai Sensou, na qual 7 magos, acompanhados de seus 7 respectivos guerreiros servos (que são, na verdade, figuras lendárias como Hércules), batalham entre si na busca pelo Santo Graal, um artefato que supostamente possui poderes para realizar o desejo mais profundo de seu dono. Dentro deste cenário encontramos o jovem Emiya Shirou que, por acaso, se envolveu numa batalha entre sua colega de classe Tohsaka Rin e seu servo (Archer), os quais lutavam contra o Lancer, servo de um mestre ainda desconhecido. Devido a certas circunstâncias, Shirou acaba invocando o seu próprio servo, a bela Saber, uma espadachim que parece ter vindo de algum lugar da Europa medieval. Vale lembrar que o rapaz só conseguiu esse feito por já apresentar poderes especiais semelhantes à magia em momentos anteriores. Uma vez estando acompanhado de um servo, o cara acabou se envolvendo por completo na batalha pelo Santo Graal. Em resumo, se ferrou.
Como vocês puderam observar, "Fate/Stay Night" possui uma grande quantidade de personagens. Só entre as pessoas envolvidas nas lutas, são 14. Fora estes, existem outras figuras, como a colega de classe Matou Sakura e a professora pirada Fujimura Taiga. No jogo, todos esses personagens possuem uma participação bem marcante e apresentam um histórico particular bastante
aprofundado. Mas na série de TV, apenas Saber e Shirou recebem a devida atenção. Os outros componentes do elenco fazem apenas participações bem secundárias. Isso passa uma impressão ruim e tira um pouco da empolgação. Como já foi explicado anteriormente, a origem desse problema está no curto orçamento que a série recebeu, e por isso esta não é exatamente uma crítica direta à equipe de produção. Porém, ainda assim é um ponto negativo e vai ser levado em consideração na avaliação final desta resenha. Outra coisa que não agrada tanto são as lutas. Para anime um de ação e aventura, Fate possui batalhas pouco interessantes. Tudo bem, alguns momentos são muito legais, como o combate onde o Archer invoca seu golpe supremo, o ”Unlimited Blade Works“. Mas, no geral, as lutas são meio fraquinhas mesmo.
Em relação à qualidade de animação, Fate se sai muito bem. Ela é impecável para uma série de 24 episódios, mantendo-se sempre estável e com boa movimentação. Os efeitos especiais, como iluminação e efeito de magia, também ficaram bonitos, combinando perfeitamente com o estilo do anime. A dublagem também está ótima. Infelizmente o mesmo não se pode dizer da trilha sonora. Não que ela seja ruim, ela só não é digna de destaque. Ao menos eu não consegui notar algo de especial nas músicas de fundo. Felizmente as canções de abertura e encerramento aumentam um pouco o nível, principalmente se falando da segunda abertura, com a música ”Kirameku Namida wa Hoshi ni“.
Embora tenha falhas bem relevantes, "Fate/Stay Night" consegue agradar e surpreender, com seu enredo criativo e personagens cativantes, mesmo que o potencial deles não tenha sido devidamente explorado. Certamente é um das melhores animações lançadas nesta primeira temporada de 2006.
PS: apesar de ser baseado num game hentai, o anime não possui nada relacionado a sexo. Geralmente, quando jogos desse gênero são adaptados para animes, o conteúdo erótico é reduzido ou completamente excluído.
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